Meia volta dada e a vida voltou a ficar de pernas para o ar. Primeiro a familia foi invadida pela noticia da Gripe A, ainda não restabelecida deste momento algo muito pior nos bateu à porta. Tumor do Pancreas...depois de uns dias meio deprimida volto-me a recompôr. Eu que sempre vi o tumor do pancreas como dos mais fulminantes e sem solução possivel, vejo-me agora com uma estranha esperança, esperança de que essa convicção não passe de mero péssimismo e de mais uma forte dor de cabeça que nos vai acompanhar a todos durante algum tempo, mas que depois de passar tudo volte a ser como antes. É nisto mesmo que acredito, estupidamente ou não, não preciso de fazer qualquer força para ter esta esperança.
O pequenino Tomás ainda não saiu do hospital, depois de duas paragem respiratórias e de necrose do intestino, ele continua a lutar pela vida...há dois meses...
Mas como a vida não é feita apenas de momentos tristes, ontem voltei a ler alguns posts deste meu blog. Bem...para além de encontrar uns quantos erros ortograficos e de português ainda me diverti um bocado a recordar algumas das minhas distracções. Afinal sempre têm alguma utilidade :)
Por isso recordei a minha última estúpida distracção. Primeiro dia de trabalho depois de férias. Após um turno intenso com um querido elemento do serviço a fazer-me a cabeça em água, dirigi-me ao carro, sempre com as mãos carregadas de coisas...o casaco, a mala, a mala do comer, um saco, as chaves do carro e finalmente o cartão de identificação.
Assim que cheguei ao carro e pousei as coisas no banco do pendura dei um suspiro de alivio e comecei a organizar as coisas (acho que os meus suspiros de alivio nunca antevêem boa coisa). Quando cheguei à parte de colocar o cartão de identificação a jeito para poder passar nas cancelas do estacionamento, constatei que...claro...que não sabia dele. Abri malas, fechei malas, voltei a abrir, espreitei no casaco e nada... Pensei então na possibilidade de o ter deixado no serviço, mas tinha a nítida ideia de que quando entrei no parque de estacionamento ainda o tinha na minha mão. Depois de me chamar não sei quantos nomes, resolvi sair e procurar no chão do parque...o velhote que estava lá parado olhava para mim como que a perguntar "o que é que esta anda a fazer para trás e para frente". As buscas foram infrutíferas e eu já começava a ficar com calores só de pensar na chatice que me ia dar ficar sem aquele cartão...
Voltei então ao carro e repeti a pesquisa feita anteriormente, até que...algo me disse...procura no porta-luvas..e lá fui eu. Ridiculamente lá estava ele. Não me lembro sequer de ter tido o acto de o colocar lá, porque de facto seria muito estúpido da minha parte uma vez que ia precisar dele para sair do hospital, mas o que é certo é que o fiz e uma coisa tão idiota fez-me andar quase meia hora às voltas.
Esta teria sido a ultima distracção se hoje eu não me tivesse esquecido do telemóvel no serviço. Logo hoje. Ainda tive de ligar para o serviço para um colega meu me ler as mensagens novas que estavam no telemóvel, mas atenção, só mesmo porque eu sabia que eram importantes.