Na última visita que fiz ao Edu ele não estava muito bem disposto.Melhor dizendo...estava triste. Além da assistente social lhe ter prometido um computador que não chegou,voltou a ser mais um dia em que ficou fechado naquele quarto. Pediu para ir para a sala de brincar, mas logicamente que as enfermeiras não podiam deixar. Esteve-me a falar disso e outras coisas e...está um pró a jogar UNO...o pior é que me ganhou quando tinhamos apostado que se eu lhe ganhasse podia-lhe pôr creme...infelizmente não o consegui convencido :(
Entretanto lá tive eu que ir trabalhar...mais uma noite...seria tranqui-la se a jovem que nós lá tivessemos com monitorização de PIC não estivesse a descompensar...
PIC'S sempre altissimas, mas estavam apenas focados na DVE que tinha sido colocada no dia anterior e que por momentos ajudou a baixar os valores. Mas eu penso...ela não tinha hidrocefalia, se não tinha hidrocefalia, logo não tinha excesso de liquor...o pouco liquor que ia saindo não era porque estava a mais, mas simplesmente porque a DVE estava quase a bater no chão. Continuo a pensar e não é preciso muito acredite-se para chegar a conclusão que o aumento da pressão intracraniana se deve ao brutal edema que ela tem e não ao excesso de liquor. Durante a noite, obviamente que a DVE parou de drenar o que quer que fosse, enquantos as PIC'S se mantinham nos 50. Comecei a ficar revoltada quando vejo que a médica anestesista não fazia nada...a não ser manitol e proprofol com pouquissimo efeito, pelo menos teve a humildade de vir ter com os enfermeiros e perguntar "nestas situações o que é que se costuma fazer", quando demos as sugestoes anteriores. Ainda assim, com assertividade sugeri-lhe que voltasse a falar com o neurocirurgião e lhe sugerisse a realização de uma craniectomia. Ao que me respondeu que o neurocirurgião lhe tinha dito que não havia mais nada para a oferecer à jovem. Engoli em seco e fui tratar dos meus doentes porque já me estava a sentir demasiado irritada com a situação, o que é que nós enfermeiros podiamos fazer mais pela rapariga?!quando o neurocirurgião nem se deu ao trabalho de ir tentar desobstruir a DVE?! de sequer ir ver a doente?! a sugestão estava feita (craniectomia) os procedimentos de enfermeiros estavam todos a ser realizados...só nos faltava levá-la ao bloco e tirarmos-lhe nós o osso. Passámos a noite à volta dela com as PIC'S quase sem cederam a cinquenta e muitos...para às 9h30 decidirem levá-la ao B.O para quê?! isso mesmo, retirar o osso...e a questão é...porque não decidiram isto muitas horas antes?! enfim...não quero pensar mais nisto, faz-me mal...
É preciso ter-se sorte quando se entra num hospital...
Saída de vela, lá fomos nós para a praia...a "morrer" de sono, mas o sol chamava-nos...quando começou a ficar mais frio voltámos visitar o barzinho dos cachorros, mas desta vez o "Edmundo" rendeu-se a uma tosta, eu e a "Catita" mantivemo-nos firmes ao cachoro.
Chegada a casa já depois das 20h quase que não sabia o que andava a fazer. Durmi 2h e a minha acorda-me a dizer que não se estava a sentir bem,mesmo sendo enfermeira às vezes dá a sensação que quase a tempo inteiro, não consigo (logicamante) ter respostas para tudo, ou pelo menos não quero acreditar quando dignósticos como "enfart" me surgem na cabeça. E por isso, hospital com ela e umas quantas numa sala de espera. Baixa imediata até ECG com prova de esforço e mais uma preocupação para a minha cabeça.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
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